Desde o ano 2000, o lema “Don’t be evil” (Não seja mau) faz parte do Código de Conduta do Google. Contudo, recentemente essa frase deixou de figurar no início do documento, deixando de ser o principal destaque, embora não tenha sido removida.
Hoje, o “Don’t be evil” está presente apenas na parte final do Código de Conduta, funcionando como um fechamento, e o foco principal mudou para o respeito, redefinindo valores essenciais da empresa.
A importância do “Don’t be evil” permanece no Google
Muitas notícias sensacionalistas anunciaram que o Google teria eliminado a cláusula “Don’t be evil” do seu Código de Conduta. Isso, porém, não é inteiramente verdade.
A frase foi retirada da abertura do documento e passou a figurar apenas na parte final, reduzindo sua aparição de quatro vezes para apenas uma. O novo texto destaca mais a palavra respeito, especialmente no relacionamento com usuários e colaboradores.
O trecho final permanece inalterado, reafirmando: “E lembre-se… não seja mau, e se você vir algo que não parece certo – fale!”.
O lema “Don’t be evil” não foi removido do Google
Essa famosa orientação do Google continua intacta no Código de Conduta, porém a primeira parte que a mencionava foi completamente removida.
Antes, o texto iniciava com:
“Prefácio
Don’t be evil.” Este conceito abrangia desde o compromisso de fornecer acesso imparcial à informação, até agir com integridade, cumprir a lei e tratar colegas com respeito e cortesia.
Agora, o início do documento enfatiza a importância de valores éticos elevados e o respeito mútuo, excluindo o termo “prefácio” e a frase “Don’t be evil” do começo do texto, focando na responsabilidade diária com usuários e colegas.
Substituição do termo confiança pelo respeito
Além da mudança no uso do lema, o Google também substituiu o termo confiança por respeito no início do Código de Conduta.
Anteriormente, a ênfase era: “Confiança e respeito mútuo entre funcionários e usuários são a base do nosso sucesso e devem ser conquistados diariamente.”
No novo formato, a palavra confiança desapareceu e o respeito ganhou protagonismo: “Respeito pelos nossos usuários, pela oportunidade e entre nós são fundamentais para o nosso sucesso e precisam ser cultivados diariamente.”
Respeito assume maior relevância para o Google
Essa mudança reflete um momento cultural mais amplo onde o respeito a diferentes grupos e diversidades sociais passou a ganhar mais destaque, especialmente com o impacto de movimentos sociais recentes.
Contexto dos desafios internos do Google
Embora o respeito esteja presente há muito tempo no documento, a sua ascensão para o topo das prioridades pode estar ligada a desafios internos relatados pela empresa relacionados à diversidade e inclusão.
Em casos recentes, denúncias de discriminação e acusações de retaliação contra funcionários que defendiam grupos minoritários evidenciam a necessidade do Google em reforçar o valor do respeito.
Por exemplo, um ex-engenheiro do Google entrou com processo alegando ter sido demitido após defender mulheres, pessoas negras e LGBTQ+ dentro da empresa, destacando tensões internas e a importância de garantia de um ambiente respeitoso.
Comparativo entre versões do Código de Conduta
No passado, o slogan “Don’t be evil” figurava logo no início como parte do prefácio. Hoje, ele aparece apenas na parte final, enquanto o início privilegia valores éticos e respeito, mostrando uma reorganização do documento para refletir prioridades atuais.
Essa transformação é visível nos documentos disponíveis no site do Google, mostrando claramente a retirada do prefácio e a realocação do lema para o encerramento do Código de Conduta.
O lema “Don’t be evil” ainda integra a cultura do Google
O antigo slogan sempre teve um tom idealista, quase juvenil, representando um compromisso com a ética e a moralidade em um ambiente tecnológico em rápida transformação.
A mudança para posicioná-lo como uma frase conclusiva pode indicar uma visão mais madura e pragmática da empresa, que mantém a proposta original, mas também reconhece novos desafios e a necessidade de estabelecer o respeito como valor central.
Assim, o ideal de “não ser mau” permanece vivo no Google, aliado a uma valorização maior do respeito e da ética nas relações internas e externas.